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O que realmente fará diferença na sua carreira?

Atualizado: 12 de jun. de 2019



O que realmente faz a diferença na vida profissional? Esta pergunta me acompanha desde a adolescência. Mesmo antes de saber qual seria a minha carreira eu já tinha certeza de que teria uma. Meus pais sempre ressaltaram a importância do trabalho e se esforçaram muito para proporcionar a melhor educação aos filhos. E foram grandes exemplos de determinação, responsabilidade e profissionalismo.


Ao longo de trinta anos de carreira, vinte e cinco deles liderando pessoas, observei muitos sucessos e insucessos profissionais, além dos meus próprios. Vi pessoas que evoluíam enquanto outras estagnavam, mesmo diante de oportunidades similares. Vi excelentes técnicos se transformarem em líderes ruins e vi técnicos medianos se transformando em líderes excelentes. Também vi bons líderes de pessoas perderem a mão quando assumiam posições mais elevadas, comandando outros líderes e com outras áreas funcionais sob sua responsabilidade.


Como líder em empresas e como empreendedor tive a minha própria dose de erros e acertos, mas felizmente vendo o progresso de muitos que liderei penso que meus acertos foram maiores.


Muitos profissionais quando enfrentam mudanças com sucesso e conquistam novos patamares em suas carreiras permanecem apegados àquilo que os permitiu evoluir, sem entender que a nova posição pode ter exigências distintas.

É o caso de excelentes técnicos ou vendedores promovidos à gestores, por exemplo, sem terem desenvolvido satisfatoriamente suas capacidades de liderança. Quando uma crise se abate sobre a equipe mal liderada, estes “líderes incompletos” tendem a reforçar seu lado técnico, centralizando o trabalho e tentando demonstrar o quanto eles são bons naquilo que fazem, ou melhor, naquilo que os fizeram ser promovidos.


Um líder que assume para si o trabalho da equipe sufoca seus liderados. Deveria desistir de fazer diretamente o trabalho e utilizar a sua excelência técnica para treinar a sua equipe, aceitando que talvez não façam da mesma forma como ele faria. Precisaria se dedicar a aprender a delegar, a lidar com pessoas, a orientar e dirigir esforços. Em casos assim, a empresa errou ao promover sem oferecer a capacitação de liderança, o profissional não entendeu seu novo papel e não buscou desenvolver as competências atualmente necessárias. A equipe sofre e a empresa perde. Perceber o problema é mais fácil do que resolvê-lo. Se a empresa não oferece uma retaguarda a este líder, com programas de orientação e treinamento, é o profissional que precisará buscá-los.


Essas situações não ocorrem apenas em transições para liderança. Profissionais que assumem novas responsabilidades também precisam compreender as novas exigências de suas funções.



Os exemplos e situações que observei comprovam que nada disso tem a ver com sorte ou azar. As oportunidades surgem para quem trabalha por elas, porém nem sempre este esforço na criação e conquista da oportunidade prevalece com a mesma ênfase na hora de exercê-la. Os diversos degraus de uma carreira profissional apresentam desafios distintos. O sucesso em um degrau pode conduzi-lo ao próximo, mas se você não se adaptar às novas exigências e habilidades necessárias poderá fracassar ou estagnar. O primeiro passo é reconhecer que o que o levou até ali não garante a continuidade de sua ascensão. O segundo passo é procurar identificar quais são estes novos desafios e como você poderá superá-los. Em seguida, empreender os esforços necessários, verificar os resultados, corrigi-los e seguir em frente.



 

Você sabe o que quer de sua carreira? Sugiro a leitura do artigo https://www.williamandreottijr.com.br/post/voc%C3%AA-sabe-quem-voc%C3%AA-n%C3%A3o-%C3%A9


 


Os problemas acontecem quando o profissional não se conscientiza de que o jogo mudou. Não percebe os gaps de competências, portanto não se esforça para superá-los. Quando os resultados não acontecem, este profissional tende a reforçar os comportamentos e atitudes que deram certo no passado, buscando agir da forma que acha mais segura. O profissional que foi promovido para um nível acima de responsabilidade agirá como se estivesse no nível anterior, o que é duplamente prejudicial, pois não atenderá plenamente às necessidades de sua função atual e ainda prejudicará o atual ocupante de sua função anterior.


Todo processo de transição de carreira tem exigências, algumas comuns e outras próprias de cada posição. Em alguns casos as exigências variam em profundidade e complexidade. Ao longo de minha carreira e em todas as transições pelas quais passei ou ajudei outros a passar, trabalhei este conjunto de exigências em dimensões. Cada uma destas dimensões tem seu próprio foco, mas devem ser tratadas simultânea e continuamente. São cinco as dimensões de exigências profissionais:



Dimensão 1 – Postura profissional e Autodesenvolvimento


Esta é a dimensão fundamental, pois sem ela as demais são inúteis. Existem exigências obrigatórias na postura de um profissional. Algumas das principais, mas nem sempre consideradas, são:


- Respeito e cordialidade demonstrados em atos e palavras, com todas as pessoas à sua volta. Inclusive, a pontualidade também é uma forma de respeito;


- Assertividade, certifique-se mais de uma vez que sua entrega esteja livre de erros;


- Superação, faça sempre mais do que o esperado e esteja sempre disposto a servir e colaborar com os demais;


- Honestidade, caso erre, assuma e aprenda com seu erro. E saiba reconhecer quem te ajudou;


- Dedicação e comprometimento, se você se envolveu com a tarefa, vá até o fim e mais além. Alcançar os resultados é mais importante do que a quantidade de trabalho envolvida, porém


- Aja com integridade, mais importante do que alcançar os resultados é a forma como eles são alcançados. Isso nem sempre é verdade em todas as empresas, mas nas empresas em que vale a pena trabalhar é.


Estas são apenas algumas das características necessárias e obrigatórias a um bom profissional. Não nascemos com todas as características e competências necessárias e por isso frequentamos escolas e universidades, mas precisamos ir além disso. Nosso desenvolvimento é responsabilidade totalmente nossa. É bom quando a empresa em que trabalhamos oferece programas de treinamento, mas mesmo nessas situações o aproveitamento é nossa responsabilidade e obrigação.


Ter a consciência de nossas limitações e carências e buscar soluções é uma postura obrigatória, desejável pelos empregadores e cada vez mais imprescindível na vida profissional. Existem muitas ofertas de aprendizado no mercado, desde vídeos e cursos a distância gratuitos ou de preços baixos como na UDEMY, por exemplo, até cursos presenciais em instituições renomadas (e caras). Também existem mentores e coaches que podem ajudá-lo. O coaching é um processo de desenvolvimento que utiliza uma metodologia estruturada para ajudá-lo a atingir um determinado objetivo e deve ser oferecido por um profissional devidamente habilitado para isso. A mentoria oferece o suporte de um profissional experiente, que já atravessou situações em sua carreira que o permitem ajudar a outros em situações semelhantes, através de aconselhamento.



Dimensão 2 – Entendendo o ambiente e a cultura da organização


Entender a empresa e sua cultura vai facilitar sua carreira e sua progressão profissional. Trata-se de entender como as coisas funcionam. Isso inclui aprender sobre o que a empresa faz e como as diversas áreas interagem, mas vai além disso. Uma grande parte dos acontecimentos em uma empresa é influenciada por aspectos subjetivos, não visíveis formalmente, mas que definem condições de sucessos e insucesso, tanto de profissionais quanto de iniciativas. Estes aspectos culturais definem posturas que são incentivadas e reconhecidas, e outras que são rechaçadas ou desqualificadas. E normalmente estes aspectos não estão descritos nos manuais e descrições formais de cargos e responsabilidades.


Manter-se curioso e apto a aprender é importante. Ser um bom observador, percebendo detalhes e entendendo relações entre atividades e entre pessoas é uma excelente forma de aprendizagem. Poder de observação e curiosidade sobre como as coisas funcionam são pré-requisitos para a visão sistêmica, que percebe como todas as coisas interagem, e para a visão estratégica, que mostra como as coisas poderão ser melhores no futuro a partir de mudanças que podemos fazer no presente.


É oportuno observar e entender as relações de poder, formais e informais. Muitos profissionais influentes na empresa não têm cargos de liderança e podem ser determinantes no sucesso ou insucesso de uma iniciativa. E é importante saber o que as lideranças valorizam na empresa e como eles se relacionam entre si e com as equipes. Entender como o poder se estabelece em todos os níveis da organização.


Conhecer a empresa a fundo vai permitir que você encontre oportunidades de melhoria e saber quem são as pessoas certas para buscar apoio. As oportunidades de aprender e agir surgem a todo momento, é preciso estar sempre atento.


Seu trabalho não acaba com o final do expediente. A construção de sua carreira é sua responsabilidade em tempo integral. No seu tempo livre, no trânsito, no almoço ou em casa, anote pontos relevantes, registre suas observações sobre a empresa e o trabalho em um diário ou um caderno. De tempos em tempos revise suas anotações e as complemente.



Dimensão 3 – Relação com Pares e Colegas


A interação com pessoas em posições similares é crítica. Ninguém faz tudo sozinho e achar que agir isoladamente trará vantagens é ultrapassado e um grande equívoco. O trabalho em equipe e a disposição em colaborar são competências exigidas e observadas pelas empresas, simplesmente porque o resultado é maior produtividade. Uma equipe tem que ser sempre mais do que a soma isolada de seus membros. Isso vale para um grupo de técnicos ou para o corpo de gerentes funcionais de uma empresa. Colaboração, comunicação e contribuição ao todo são as exigências fundamentais.


Nem sempre é fácil, pois as pessoas têm seus próprios interesses, oficiais ou não. Você irá lidar com apoiadores e com opositores. Estas posições nem sempre serão claras e ainda poderão mudar de acordo com as prioridades de determinados momentos. Você precisará negociar condições, angariar apoios e aprender a lidar com conflitos e divergências.

Conhecer quem são seus pares, como pensam e trabalham é fundamental. Não imagine que todos pensam como você ou tem as mesmas prioridades. Desenvolva a empatia, tente pensar como seus pares e colegas e isso lhe trará uma posição de vantagem ao negociar esforços comuns e apoios.



Dimensão 4 – Relação com Superiores


Ao ser promovido ou ao assumir uma nova posição em outra equipe ou empresa, é necessário entender seu líder. Qual é o seu perfil, quais seus objetivos, suas qualidades e defeitos. Por exemplo, é uma pessoa que gosta de ir direto ao ponto ou prefere entender o contexto de um problema antes de analisá-lo? Saber esta predisposição de seu líder é fundamental para que você apresente a ele suas ideias e propostas.


Seu líder também tem líderes. Você precisa tentar entender quais as pressões que ele recebe, quais as outras preocupações que ele tem além de cuidar especificamente de liderar você. Tente “vestir a camisa dele”. No parágrafo anterior sugeri que você tente descobrir como ele pensa, agora sugiro que você imagine o que ele pensa. Saber quais são os problemas de seu líder e identificar uma oportunidade de se antecipar a eles te dará uma vantagem significativa.


Tente entender e saber mais a respeito dos líderes de seu líder. Seja discreto, atento, cuidadoso, mas aprenda tudo o que puder. Um bom observador entenderá como as coisas acontecem, como a boa política funciona na organização (e como a má política também). Lembre-se, a política é a arte de relacionamento entre pessoas em uma organização e todo agrupamento de pessoas exige o alinhamento de interesses e a busca pelo bem comum através da ação política.



Dimensão 5 – Relação com sua equipe, caso tenha subordinados formais ou assuma posições circunstanciais de liderança


Em muitas empresas os profissionais são testados e treinados em sua capacidade de liderança em situações informais, comandando uma força tarefa ou um projeto de menor envergadura. Estas situações têm as mesmas exigências de uma posição formal de liderança, mesmo que talvez não apresente todas as suas exigências e condições. Caso você enfrente uma situação assim aceite com entusiasmo e entenda que é uma situação de responsabilidade. Este desafio não foi lhe oferecido à toa.


Na maior parte das vezes um líder recebe uma equipe constituída para liderar. Mesmo assim deverá aprender a contratar, a demitir e a recompor a equipe. Muitos deixam estas funções para profissionais de RH, mas os melhores líderes sabem trabalhar em parceria com o RH, não transferindo responsabilidades.


Conhecer profundamente seus liderados, conhecer as competências sabendo as características e planos de cada um, transformá-los em uma equipe integrada, alinhada, que compactue valores e princípios e alcance resultados ao mesmo tempo em que permite o crescimento individual de cada membro é a essência do papel do líder e se sobrepõe às questões meramente técnicas do trabalho.


A primeira promoção de um líder é bastante crítica. Normalmente foram seus resultados individuais que o levaram à promoção. E é a situação de maior risco, pois o trabalho que o levou até esta posição não é o que irá sustentá-lo e permitir que continue progredindo em sua carreira. É a posição em que você terá que abdicar daquela capacidade técnica ou de vendas que o levou até ali e assumir responsabilidades de orientação e preparação de pessoas e outras pertinentes ao líder. Você precisará aceitar que outros façam aquilo que você fazia, talvez não da mesma forma. Deverá resistir a fazer “melhor por você mesmo”, deverá ser capaz de ensinar e de obter o melhor das pessoas.


Saber influenciar, motivar, reconhecer, orientar e alinhar são exigências brutais para quem teve sucesso trabalhando quase sozinho em suas responsabilidades e funções. É fácil errar, mas erros podem custar caro para o líder, para seus liderados e para a empresa.



Estas dimensões ainda podem ser mais detalhadas. Indicam claramente que uma carreira não pode ser considerada apenas sob um determinado aspecto. Ser profissional não é fácil e aqueles que não buscam se aprimorar em todas estas dimensões dificilmente irão avançar.


Desenvolvendo esta consciência, com o tempo e a experiência alguns esforços já ocorrerão com naturalidade. Em algumas situações os desafios de complexidade irão aumentar e você precisará de ajuda. Toda transição de carreira, seja uma promoção, uma transferência ou um novo emprego trará oportunidades, riscos e desafios e você precisará responder a eles de forma correta e ágil. Aprimore-se, estude, busque ajuda. E avance.




 

Você já pensou em uma mentoria para a sua carreira? Veja mais em https://www.sympla.com.br/mentoria-online-para-uma-carreira-de-sucesso__555376










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